28 de mai. de 2014

Hálux Valgo - Joanete

     O hálux valgo é um desvio interno acentuado do dedão do pé que costuma estar acompanhado de uma bursite na face externa da cabeça do 1º metatarso, popularmente conhecida como joanete. De maneira geral, ele ocorre bilateralmente e é mais comum em mulheres na adolescência e na meia idade.
     Essa patologia pode ser causada por fatores hereditários, ósseos (má-formação) ou mecânicos, que basicamente se devem ao uso de calçados estreitos e pontiagudos que obrigam os dedos a se agruparem uns sobre os outros.


     A dor estará localizada na planta do pé e na face interna do 1º metatarso. Se houver inflamação, haverá calor e vermelhidão na região do joanete o que, consequentemente, alterará a marcha. O sujeito poderá apresentar deformidades como dedos em garra ou em martelo, além de calosidades na planta do pé, no dorso dos dedos e entre os dedos.

     O tratamento pode ser feito de forma conservadora ou cirúrgica. No conservador, o sujeito terá que usar calçados e palminhas apropriados, assim como próteses de silicone entre ou sobre os dedos, caso houver zonas de compressão ou fricção. No cirúrgico, o médico decidirá qual a melhor técnica, dependendo da deformidade, idade e estado geral do paciente.

     A fisioterapia deverá ser realizada em ambos os casos, objetivando diminuir a dor e a inflamação, além de fortalecer a musculatura deficiente do pé. Para isso, serão utilizados recursos como termoterapia, eletroterapia, mobilizações ativas e resistidas, bandagens e treino de marcha e equilíbrio. Pode ser indicado o uso de palmilhas corretivas e outros tipos de órteses.

Referências:

APLEY, A. Graham; SOLOMON, Louis. Ortopedia e fraturas em medicina e reabilitação. Atheneu: São Paulo, 2002.
GABRIEL, María Rosa Serra; PETIT, Josefina Díaz; CARRIL, María Luisa de Sande. Fisioterapia em traumatologia, ortopedia e reumatologia. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

Texto: Jéssica Rech
Edição e Correção: Leonardo Fratti Neves

27 de mai. de 2014

BANDAGENS TERAPÊUTICAS

Atualmente o mercado disponibiliza diversos tipos de bandagens terapêuticas, mas a efetividade das mesmas dependem de fatores como a aplicação com base nos seus princípios básicos, no material a ser utilizado, na técnica de aplicação e nos objetivos específicos.

Dentre as bandagens terapêuticas existentes no Brasil temos a McConnell que é uma bandagem rígida, criada pelo Fisioterapeuta Jenny McConell em 1986 e a Kinesio Taping que é a bandagem elástica criada pelo Fisioterapeuta e quiroprata Kenzo Kase em 1973.
A bandagem rígida de McConell atua na recuperação biomecânica e proprioceptiva das articulações, é muito rígida e pode permanecer nos pacientes por até 36 horas. A bandagem elástica de Kenzo Kase a Kinesio Taping é diferenciada no mercado porque possui características como adesivo hipôalergico, é a prova d’água, sensível ao calor e não contém nenhuma substância medicamentosa.
A aplicação é realizada de forma a favorecer a tensão ou alongamento dos tecidos, podendo ser aplicada com diversos cortes como em Y,I X, e garfo, podendo ser utilizada pelo fisioterapeuta como um recurso analgésico atuando na teoria da comporta da dor, na musculatura enfraquecida e hipotônica melhorando a contração, os espasmos e as contraturas musculares, também pode ser utilizada em músculos hipertônicos relaxando e diminuindo a excitabilidade desses músculos.
Na aplicação para a drenagem linfática à tensão é aplicada na direção dos linfonodos proximais com uma tensão de 10 a 15%, o efeito ocorre pelas trocas de tensão geradas pelo movimento fazendo a abertura e fechamento dos vasos linfáticos e sanguíneos.

Na função articular a bandagem busca o alinhamento articular. Com a normalização da biomecânica ocorre o aumento da amplitude de movimento, diminuição de dor articular e melhora da propriocepção local.              
 E contra indicado a aplicação em regiões malignas ativas, sobre celulites, infecções ativas de pele, feridas abertas, trombose venosa profunda, alta sensibilidade a óxido de zinco e látex.

Criação: Gueila C
Edição: Manoela Heinrichs

REFERENCIAS


KASE, Kenzo; LEMOS, Thiago Vilela e DIAS, Elton Matias. Kinesio Taping: introdução ao método e aplicações musculares. Editora Andreoli, 2º ed, São Paulo, 2013. 

Doença Cardíaca Coronariana e a Fisioterapia

               O principal acometimento nas doenças cardíacas coronarianas é gerado pelo desequilíbrio na oferta de oxigênio para o músculo cardíaco. Este desequilíbrio é resultado de um estreitamento arterial provocado por uma lesão crônica na parede da artéria. Esta lesão desenvolve-se como um processo inflamatório e se rompe ocasionando a obstrução e liberação principalmente de plaquetas (sangue coagulado) e lipídeos (placas de tecido adiposo), além de outras células brancas responsáveis pelo combate de lesões inflamatórias.
                A hipótese que explica a existência do processo inflamatório diz respeito a lesão previamente instalada na parede arterial, estimulando o processo de reparo tecidual. As causas da lesão não são bem compreendidas, mas foram identificados fatores de risco associados a formação da lesão aterosclerótica. Estes fatores de risco foram identificados como tabagismo, colesterol alto, hipertensão, diabetes, estresse, obesidade, sedentarismo e histórico familiar.

  






Manifestações:
                Os pacientes podem apresentar a oclusão da artéria e não terem sintomas, pois para que haja a manifestação dos mesmos é preciso que 70% da artéria esteja obstruída. Portanto, existem muitos indivíduos que desenvolvem a lesão, mas não sentem os sintomas, o que classifica as DCC como alto risco. Os sintomas mais frequentes são isquemias, infartos ou arritmias, mas estima-se que 25% dos pacientes que experimentam os sintomas apresentam morte súbita.

Tratamento:
                Existem vários tipos de tratamento relacionados que serão brevemente citados. O primeiro deles é o procedimento cirúrgico onde é feito um cateterismo com o objetivo de desobstruir o vaso e permitir com que o sangue chegue ao tecido alvo. Feito o cateterismo, os pacientes são candidatos a diversos tipos de revascularização. Neste procedimento se escolhe um vaso doador que geralmente é a veia safena ou a artéria radial, que ira substituir o vaso lesado ou danificado. Outro tipo de tratamento é o farmacológico, envolvendo uma serie de medicamentos responsáveis por estabelecer o equilíbrio entre a oferta e demanda de oxigênio, chamados de beta-bloqueadores, responsáveis pelo controle da frequência cardíaca; e os bloqueadores dos canais de cálcio, reduzindo a pressão arterial, consequentemente reduzindo o trabalho cardíaco.


         Fisioterapia:
           O tratamento fisioterapêutico é essencial e de extrema importância para estes pacientes, tendo por objetivo reduzir os fatores de risco que levaram ao incidente e devolver ao paciente o condicionamento muscular cardíaco e periférico, recuperando a sua função física após os procedimentos cirúrgicos ou ajudando a evitá-los.  Algumas metas devem ser atingidas com o tratamento, são elas: aumento da capacidade aeróbia, melhora na realização e execução de tarefas físicas ligadas ao dia-dia, aumento de força, potência e resistência, diminuir o risco de recorrência, aquisição de comportamentos que envolvam hábitos saudáveis de vida (neste ponto destaca-se a importância de uma equipe multidisciplinar atuando no tratamento do paciente).
             Abaixo, alguns fatores de risco e a sua contribuição para o risco de doença cardiovascular.
Texto: Gregório Nunes Weinmann
Edição e Correção: Leonardo Fratti Neves

26 de mai. de 2014

Lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
As alterações osteomusculares relacionados ao trabalho e aos movimentos repetitivos estão cada vez mais comuns entre os indivíduos. Entre os problemas causados, destacam-se as lesões por esforços repetitivos (LER) e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). As LER/DORT são caracterizadas pela incapacidade temporária ou permanente da realização de alguns movimentos, resultante da combinação de sobrecarga do sistema osteomuscular. A presença de dores e limitações dificulta a prática exigida no trabalho e a incapacidade funcional é correspondente à dificuldade de manter as habilidades físicas.

Esses distúrbios podem comprometer os trabalhadores em suas atividades, interferindo na sua produtividade e experiência profissional. A maior incidência ocorre na faixa etária de trinta a quarenta anos, sendo as mulheres as mais atingidas. Essas doenças tornaram-se mais comuns nos últimos anos, sendo que, desde a década de 80, passaram a ser a causa mais frequente de afastamento do trabalho no mundo. Consequência de uma origem ocupacional, elas podem ser causadas, pelo uso repetitivo e forçado de grupos musculares e por posturas inadequadas.
A LER ou DORT afetam músculos, tendões, nervos e articulações de membros superiores e inferiores, podendo envolver dor, formigamento, sensação de peso e fadiga. Em relação às entidades neuro-ortopédicas mais frequentes, as lesões por esforços repetitivos podem ser classificadas em: tendinites, tenossinovites, epicondilites, bursites, cervicobraquialgia, lombalgias, doença de Quervain e diversas outras síndromes.
Apesar dos programas de tratamentos e reabilitação de pacientes com LER/DORT indicarem uma abordagem multidisciplinar, a fisioterapia é muitas vezes o primeiro e único procedimento terapêutico acessível e pode ser uma etapa de longa duração no tratamento desses trabalhadores. A utilização de recursos físicos é importante para o controle da dor dos pacientes com LER/DORT. Os recursos analgésicos como a eletroterapia e a terapia manual devem ser associados à cinesioterapia para proporcionar a redução do edema e da inflamação, a melhora das condições circulatórias, o relaxamento da musculatura, a amenização da dor e uma potencialização da capacidade funcional destes pacientes.

O ponto fundamental seria a prevenção e para isso se faz necessário que o individuo realize uma atividade física regular para que possa fortalecer e alongar a musculatura em geral. O Método Pilates com o acompanhamento de um fisioterapeuta seria uma ótima indicação para a prevenção dessas alterações. 

Criação: Gabriel Almada.
Edição: Manoela Heinrichs

Referências:

CHIAVEGATO, Luiz Gonzaga; PEREIRA, Alfredo. LER/DORT: multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.14, p.149-62, set.2003-fev.2004.

CIARLINI, Isabel de Alencar; MONTEIRO, Paula Pessoa; BRAGA, Raysa Oliveira Mitre; MOURA, Denise Silva. Lesões por esforços repetitivos em fisioterapeutas. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, vol. 18, núm. 1, 2005, pp. 11-16, Universidade de Fortaleza-Brasil.

PESSOA, Juliana da Costa Santos; CARDIA, Maria Claudia Gatto; SANTOS, Maria Luiza da Costa. Análise das limitações, estratégias e perspectivas dos trabalhadores com LER/DORT, participantes do grupo PROFIT–LER: um estudo de caso. Ciência & Saúde Coletiva, 15(3):821-830, 2010.

PICOLOTO, Daiana; SILVEIRA, Elaine. Prevalência de sintomas osteomusculares e fatores associados em trabalhadores de uma indústria metalúrgica de Canoas – RS. Ciência & Saúde Coletiva, 13(2):507-516, 2008.



ROSA, Aparecida de Faria Gil; GARCIA, Priscila Almeida; VEDOATO, Taisa; CAMPOS, Rosângela Galindo; LOPES, Maria Lucia da Silva. Incidência de LER/DORT em trabalhadores de enfermagem. Maringá, v. 30, n. 1, p. 19-25, 2008.