10 de out. de 2013

Síndrome do Ressalto do Quadril

    A articulação do quadril (articulação gleno-umeral) tem importância fundamental na movimentação dos membros inferiores, permitindo movimentos em todos os sentidos (dobrar, esticar, rodar, etc).


       A síndrome do ressalto no quadril é caracterizada por um estalo sonoro que ocorre dentro ou ao redor do quadril, que pode ser doloroso ou não. A ocorrência desta síndrome é de 5-10% na população em geral, e ela pode ser maior e os sintomas mais limitantes em mulheres na faixa etária de 15 a 40 anos, em dançarinos, jogadores de futebol, levantadores de peso e corredores. A sensação é de que algo se move bruscamente nesta articulação durante o movimento de flexão ou extensão, sendo que estes sintomas podem durar dias, semanas, meses ou anos; e suas causas podem ser externas ou internas.

   O trato iliotibial, localizado na região lateral do quadril e coxa, é uma longa banda tendínea que se origina na crista ilíaca (osso da pelve) e se insere na parte lateral da tíbia (osso da perna), funcionando como um flexor e rotador medial da perna. A causa externa mais frequente é o ressalto provocado pela passagem do tendão do trato iliotibial sobre o trocânter maior (proeminência óssea do fêmur). Outra causa externa seria o atrito do músculo glúteo máximo sobre a mesma proeminência óssea. Nestas duas causas externas, ocorre um espessamento das fibras musculares que fazem pressão sobre o trocânter, gerando o ressalto.

      A causa interna mais frequente é o ressalto do tendão do músculo iliopsoas sobre a uma região óssea chamada eminência iliopectínea. Durante o estirão do crescimento há uma tendência em que os flexores do quadril se tornem relativamente inflexíveis (mais tensos), o que propicia o aparecimento do ressalto. Outras causas internas são as lesões do lábio acetabular (fibrocartilagem que apoia a cabeça do fêmur) e os corpos livres intra-articulares (fragmentos de cartilagem ou osso livres na articulação).

      A análise da marcha e um exame minucioso do quadril são importantes no diagnóstico, assim como a realização de exames complementares (raio X, ultra-som, ressonância magnética).  A reprodução do ressalto acontece nos movimentos passivos de rotação interna e externa do quadril associados à flexão e extensão do mesmo.

     O tratamento abrange medicamentos (analgésicos e anti-inflamatórios, que devem ser prescritos pelo médico) e fisioterapia. O tratamento cirúrgico está indicado na falha do tratamento conservador e na persistência dos sintomas.

     As sessões de fisioterapia consistirão em exercícios de alongamento do trato iliotibial (ressalto externo) e iliopsoas (ressalto interno), liberação miofascial, ultrassom, calor e gelo, dígito-pressão, reforço muscular e reeducação neuromuscular.



Texto: Jéssica Rech
Edição e Correção: Leonardo Fratti Neves

Referências:
BYRD, J. W. Thomas; GUANCHE, Carlos A. O quadril. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
HERBERT, Sizínio. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
LEWIS, Cara L. Extra-articular Snapping Hip: A Literature Review. Sports Health, v. 2, n. 3, p. 186-190, 2010.

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