Luxação é o nome que se dá quando uma determinada extremidade óssea ultrapassa os limites articulares. Em uma luxação de ombro, ocorre a separação das superfícies articulares e pode ser causada por forças diretas ou indiretas aplicadas sobre o ombro. Na grande maioria dos casos este evento ocorre devido à instabilidade pré-existente na articulação. Existem algumas particularidades relacionadas, acompanhadas de seus mecanismos de lesão.
• Luxação traumática anterior do ombro: Esta luxação ocorre quando o braço encontra-se afastado do corpo (braço aberto) e em rotação externa. Esta luxação normalmente está associada à ruptura completa dos músculos que compõem o manguito rotador. Durante a luxação, podem ocorrer lesões neurológicas (nervos periféricos) ou vasculares.
• Luxação traumática posterior do ombro: Esta luxação ocorre quando o ombro encontra-se em flexão, próximo a linha média do corpo (aduzido) e em rotação interna. A incidência esta relacionada a uma força aplicada sobre o úmero, associado do posicionamento descrito a cima, geralmente quando caímos sobre o braço totalmente estendido.
• Luxação recorrente: Ocorre quando há frouxidão ligamentar e articular, gerando instabilidade na articulação. Neste caso podem ocorrer subluxações ou luxações multidirecionais, muitas das vezes sem indícios de dor ou desconforto. Após uma luxação aguda (recente) os sintomas incluem muita dor e os grupos musculares envolvidos na articulação respondem com contração, com o objetivo de protegê-la. Podem ocorrer restrições articulares devido a aderências provenientes de uma cicatrização inadequadas. Rupturas de tendões e ligamentos indicam uma lesão mais acentuada e necessita de intervenção cirúrgica para reconstrução das estruturas afetadas.
Tratamento:
Inicialmente, classificada como fase de proteção, a restrição das atividades é recomendada de 6 a 8 semanas em um indivíduo jovem. Na primeira semana o braço pode permanecer imobilizado devido à defesa muscular e a dor. Neste caso a o uso do gelo e dos outros recursos fisioterapêuticos, tais como a eletroterapia são extremamente indicados para diminuir a inflamação e, consequentemente a dor, proporcionando uma mobilização precoce da articulação. Essa ultima conduta tem como objetivo diminuir a restrição do movimento. Técnicas de terapia manual são extremamente importantes para proporcionar o relaxamento da musculatura que se encontra retraída devido a lesão, para que a mesma possa ser mobilizada sem gerar desconforto ao paciente. Partindo para uma segunda etapa de tratamento, em que o paciente começa a tolerar movimentos articulares mais amplos, iniciam-se exercícios que melhorem a sua amplitude de movimento (ADM) e fortalecimento muscular, lembrando que o tempo de imobilização inicial contribui para a perda de massa muscular. Se o paciente luxou a articulação praticando algum esporte ou se pretende voltar a praticar alguma modalidade que exija muito do ombro luxado, podem-se associar os movimentos característicos do mesmo com resistência, chamados exercícios funcionais, proporcionando uma reabilitação mais específica.
Autor: Gregório Weinmann
Edição: Manoela Heinrichs
Bibliografia: Kisner C. e Colby L; Exercícios terapêuticos fundamentos e técnicas. 5 edição; Ed. Manole; SP, 2009.
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