Lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho
As
alterações osteomusculares relacionados ao trabalho e aos movimentos
repetitivos estão cada vez mais comuns entre os indivíduos. Entre os problemas
causados, destacam-se as lesões por esforços repetitivos (LER) e os distúrbios
osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT). As LER/DORT são caracterizadas
pela incapacidade temporária ou permanente da realização de alguns movimentos,
resultante da combinação de sobrecarga do sistema osteomuscular. A presença de
dores e limitações dificulta a prática exigida no trabalho e a incapacidade
funcional é correspondente à dificuldade de manter as habilidades físicas.
Esses distúrbios podem comprometer os trabalhadores em suas
atividades, interferindo na sua produtividade e experiência profissional. A
maior incidência ocorre na faixa etária de trinta a quarenta anos, sendo as
mulheres as mais atingidas. Essas doenças tornaram-se mais
comuns nos últimos anos, sendo que, desde a década de 80, passaram a ser a
causa mais frequente de afastamento do trabalho no mundo. Consequência de uma
origem ocupacional, elas podem ser causadas, pelo uso repetitivo e forçado de
grupos musculares e por posturas inadequadas.
A LER ou DORT afetam músculos,
tendões, nervos e articulações de membros superiores e inferiores, podendo
envolver dor, formigamento, sensação de peso e fadiga. Em relação às entidades
neuro-ortopédicas mais frequentes, as lesões por esforços repetitivos podem ser
classificadas em: tendinites, tenossinovites, epicondilites, bursites,
cervicobraquialgia, lombalgias, doença de Quervain e diversas outras síndromes.
Apesar dos programas de
tratamentos e reabilitação de pacientes com LER/DORT indicarem uma abordagem
multidisciplinar, a fisioterapia é muitas vezes o primeiro e único procedimento
terapêutico acessível e pode ser uma etapa de longa duração no tratamento
desses trabalhadores. A utilização de recursos físicos é importante para o
controle da dor dos pacientes com LER/DORT. Os recursos analgésicos como a
eletroterapia e a terapia manual devem ser associados à cinesioterapia para
proporcionar a redução do edema e da inflamação, a melhora das condições
circulatórias, o relaxamento da musculatura, a amenização da dor e uma
potencialização da capacidade funcional destes pacientes.
O ponto fundamental seria
a prevenção e para isso se faz necessário que o individuo realize uma atividade
física regular para que possa fortalecer e alongar a musculatura em geral. O Método Pilates com o acompanhamento de um fisioterapeuta seria uma ótima indicação para a prevenção dessas alterações.
Criação: Gabriel Almada.
Edição: Manoela Heinrichs
Referências:
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